EUA dizem que hackers ligados à China estão por trás de campanha de ciberespionagem ‘significativa’

As bandeiras dos EUA e da China tremulam no Genting Snow Park em Zhangjiakou, China, em 2 de fevereiro de 2022 [Kiichiro Sato/AP]

O anúncio do FBI segue o suposto direcionamento de telefones celulares usados por Donald Trump e JD Vance.

As autoridades dos EUA dizem ter descoberto uma campanha de ciberespionagem “ampla e significativa” realizada por hackers ligados à China com o objetivo de roubar informações de americanos que trabalham no governo e na política.

O FBI e a Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura (CISA) disseram em um comunicado conjunto na quarta-feira que atores afiliados a Pequim “comprometeram redes em várias empresas de telecomunicações”.

O hack permitiu o “roubo de dados de registros de chamadas de clientes” e comprometeu as “comunicações privadas de um número limitado de indivíduos”, disseram as agências.

O FBI e a CISA não especificaram quais indivíduos foram alvejados, mas disseram que estavam “envolvidos principalmente em atividades governamentais ou políticas”.

Os hackers também acessaram “informações que estavam sujeitas a solicitações de aplicação da lei dos EUA de acordo com ordens judiciais”, disseram as agências, sugerindo que buscavam comprometer programas sujeitos à Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA), que concede às agências de espionagem amplos poderes para vigiar as comunicações de indivíduos suspeitos de serem agentes estrangeiros.

O FBI e a CISA disseram esperar que sua “compreensão desses compromissos cresça à medida que a investigação continua”.

O anúncio segue uma série de incidentes de hackers de alto perfil que Washington descreveu como parte de uma estratégia mais ampla de Pequim para roubar dados tecnológicos e governamentais, bem como atingir a infraestrutura crítica nos EUA.

Em setembro, o FBI disse ter descoberto uma campanha de hackers chineses de longo alcance chamada Flax Typhoon.

A campanha envolveu a instalação de software malicioso em mais de 200.000 dispositivos de consumo – incluindo câmeras, gravadores de vídeo e roteadores usados em residências e escritórios – que foram usados para formar uma rede de computadores infectados capazes de facilitar o crime cibernético, de acordo com as autoridades dos EUA.

No mês passado, o FBI disse que havia iniciado uma investigação sobre o suposto hackeamento chinês de telefones celulares usados pelo então candidato presidencial republicano Donald Trump e seu companheiro de chapa JD Vance.

Os hackers, que também teriam como alvo pessoas associadas à candidata democrata Kamala Harris, teriam se infiltrado na rede da operadora de telefonia móvel norte-americana Verizon.

O FBI e a CISA não especificaram se ou como os esforços de hackers mais recentes estavam conectados a essas campanhas anteriores.

Fonte: Al Jazeera e agências de notícias