Terapia Ocupacional impulsiona reabilitação em instituições de Transição de Cuidados

Terapia Ocupacional em ação: profissional orienta paciente em atividade de reabilitação para retomada da autonomia no dia a dia. Foto: Divulgação

Ações personalizadas ajudam pacientes a reconquistar autonomia após internações prolongadas.

A transição entre o ambiente hospitalar e o retorno à rotina pode ser um dos momentos mais delicados da jornada de um paciente em recuperação. Para aqueles que enfrentam sequelas motoras ou cognitivas após internações prolongadas, como nos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), a reabilitação torna-se essencial. Nesse cenário, a atuação de terapeutas ocupacionais em instituições de Transição de Cuidados tem se destacado como um dos pilares na conquista da autonomia e da qualidade de vida.

Diferente dos hospitais gerais, onde o foco está no tratamento de doenças agudas, as instituições de Transição de Cuidados priorizam a recuperação funcional, oferecendo suporte clínico e terapêutico a pacientes que já não necessitam de cuidados intensivos, mas ainda precisam de reabilitação especializada antes de retornarem para casa.

“A Terapia Ocupacional vai muito além da recuperação de movimentos. Nosso trabalho é desenvolver ou readaptar habilidades fundamentais para o dia a dia, respeitando a história, os desejos e o contexto de cada paciente”, afirma Mayara Coutinho Zambonini, terapeuta ocupacional da YUNA, instituição especializada em reabilitação e cuidados paliativos.

Intervenções fundamentais da Terapia Ocupacional

A Terapia Ocupacional reúne estratégias que combinam aspectos motores, cognitivos, emocionais e sociais. Entre as principais intervenções aplicadas nos programas de reabilitação, destacam-se:

1. Reabilitação motora: exercícios terapêuticos adaptados para recuperação de força, coordenação e destreza dos movimentos;

2. Estimulação cognitiva: utilização de jogos de memória, desafios lógicos e outras atividades interativas para promover raciocínio, atenção e planejamento;

3. Treinamento para atividades da vida diária (AVD): orientação e readaptação do paciente em tarefas como se alimentar, se vestir, tomar banho e escovar os dentes;

4. Adaptação do ambiente: avaliação do espaço domiciliar para indicar modificações, como instalação de barras de apoio, reorganização de móveis e introdução de tecnologia assistiva que favoreça a autonomia e a segurança no retorno para casa.

“Cada plano terapêutico é individualizado. Buscamos compreender a rotina anterior do paciente, seus hábitos e gostos, para que a recuperação seja também um resgate de identidade e propósito”, destaca Gabriela Montebugnoli Nogueira C. Myczkowski, também terapeuta ocupacional da YUNA.

Evidências científicas recentes

A eficácia da Terapia Ocupacional no processo de reabilitação funcional tem sido confirmada por diversas pesquisas nos últimos anos. Um estudo publicado em 2021 na revista Neurorehabilitation and Neural Repair, conduzido por pesquisadores da University of Southern California, demonstrou ganhos significativos na funcionalidade geral e nas atividades da vida diária de pacientes pós-AVC após intervenções terapêuticas ocupacionais.

Em 2024, o estudo Early Occupational Therapy Intervention Post-Stroke (EOTIPS), publicado na PubMed Central (National Library of Medicine), demonstrou que a intervenção precoce de Terapia Ocupacional nas fases aguda e subaguda do AVC resultou em melhora significativa na independência funcional (medida pela escala mRS) e redução de 69% em sintomas depressivos, em comparação ao grupo controle.

Reabilitação que considera a história de vida

A paciente M., 65 anos, ex-professora e viúva, encontrou na Terapia Ocupacional um caminho de retorno à autonomia. Após sofrer um AVC isquêmico que comprometeu sua mobilidade e cognição, ela passou a receber acompanhamento em uma unidade de Transição de Cuidados. O plano terapêutico foi personalizado com base em sua trajetória pessoal e adaptado às suas necessidades: atividades motoras, estratégias cognitivas, treinamentos diários e suporte familiar. Aos poucos, ela voltou a cozinhar, se vestir sozinha e participar de momentos sociais com segurança.

Além das atividades clínicas, a Terapia Ocupacional também se vale de intervenções artísticas (como pintura, escultura ou música) e de sessões em ambientes ao ar livre, que auxiliam na autoexpressão, redução do estresse e promoção da saúde mental. Tecnologias assistivas, como softwares de comunicação e utensílios adaptados, também são incorporadas sempre que necessário.

Sobre a YUNA

A YUNA, especializada em transição de cuidados, oferece suporte completo para pacientes de reabilitação, cuidados paliativos e continuados, atendimento individualizado e assistência multidisciplinar. Mais informações no telefone (11) 3087-3800 ou no site https://yuna.com.br/.

Terapia Ocupacional em ação: profissional orienta paciente em atividade de reabilitação para retomada da autonomia no dia a dia. Foto: Divulgação