PSG-Botafago: Parisienses sofrem derrota surpresa no Mundial de Clubes

O centroavante do Botafogo, Igor Jesus, marca contra o PSG, no Rose Bowl, em Pasadena (Califórnia), durante a segunda partida da fase de grupos do Mundial de Clubes, quinta-feira, 19 de junho de 2025. GREGÓRIO TOURO / AP

Os homens de Luis Enrique não conseguiram converter suas chances na quinta-feira contra os brasileiros, perdendo por 0-1. Eles agora devem vencer em Seattle na segunda-feira, 23 de junho, para o último jogo do grupo.

Eles desceram de sua nuvem. Impressionante contra o Atlético de Madrid (4-0) cinco dias antes, em sua partida de estreia, os jogadores do Paris Saint-Germain (PSG) sofreram uma derrota inesperada contra os brasileiros do Botafogo (0-1), na quinta-feira, 19 de junho, no Rose Bowl, em Pasadena (Califórnia), na segunda partida da fase de grupos do Mundial de Clubes. Uma partida que foi disputada às 18h na Califórnia (3h, horário de Paris), em uma atmosfera tipicamente americana, com música estrondosa antes do jogo e durante cada intervalo frio…

Apesar da esmagadora posse de bola (75%), os comandados de Luis Enrique não conseguiram converter as chances que tiveram e foram pegos no contra-ataque, antes do intervalo. O centroavante do Botafogo, Igor Jesus, marcou com um chute cruzado, que deixou o goleiro parisiense, Gianluigi Donnarumma, indiferente (36minutos). Abriu o placar contra a corrente do jogo, para deleite da torcida presente, conquistada em grande parte pela causa do clube carioca, em um estádio Rose Bowl que estava com dois terços da capacidade (53.699 espectadores, para uma capacidade de 89.000).

Um pequeno evento em si: o PSG não sofria gols há 366 minutos de jogo em competições oficiais. E esta derrota é a primeira dos campeões franceses desde 3 de maio, frente ao Strasbourg (2-1), com uma equipa que depois foi ainda mais remodelada.

Antes dessa onda de frio, apenas o ala do PSG, Khvicha Kvaratskhelia, era perigoso. E uma vez perdendo, os campeões europeus perseguiram o placar, em vão. A equipe parisiense foi de fato menos dominante do que nos últimos meses, muitas vezes bagunçada na defesa, às vezes aproximada em seus passes no meio-campo e não afiada o suficiente no ataque. Também às vezes mostrando um pouco de complacência, como vários movimentos técnicos tentados por Désiré Doué, certamente espetaculares, mas na maioria das vezes inúteis…

A ausência de vários jogadores seniores no pontapé inicial foi sentida. Ainda sem Ousmane Dembélé, desde que foi atingido na coxa com a seleção francesa contra a Espanha em 5 de junho, Luis Enrique decidiu fazer quatro mudanças, com as entradas de Warren Zaïre-Emery e Senny Mayulu no meio-campo, além de Lucas Beraldo e Lucas Hernandez na defesa. Se a entrada dos habituais titulares antes do intervalo (Nuno Mendes, João Neves, Fabian Ruiz e Bradley Barcola) deu um impulso, não lhes permitiu voltar ao marcador. O PSG certamente pressionou no final da partida – Barcola marcou um gol anulado porimpedimento aos 79 minutos – mas não conseguiu encontrar o avanço contra uma defesa atlética e bem agrupada.

Grande desafio físico

Um contra-desempenho que se explica em grande parte pela qualidade do Botafogo. Os atuais campeões brasileiros e vencedores da última Copa Libertadores (o equivalente à Liga dos Campeões na América do Sul) jogaram com muita intensidade. Ásperos e em boa forma, os jogadores do clube de John Textor – que também é dono do Olympique Lyonnais e há muito tempo tem um relacionamento gelado com seu colega do PSG, Nasser Al-Khelaïfi – impuseram um grande desafio físico aos parisienses.

Também não desajeitados com a bola, os brasileiros mostraram determinação infalível. Como se quisessem ser os primeiros a derrubar os novos reis da Europa… Um aumento da raiva que o treinador do PSG desconfiava. “Já podemos ver que todos estão jogando com uma motivação especial contra nós“, disse Luis Enrique no dia anterior, em entrevista coletiva. Todo mundo quer jogar contra nós e nos vencer. »

Após esta vitória surpreendente, o Botafogo se encontra idealmente posicionado na liderança do Grupo B, com seis pontos, contra três do PSG e outros tantos do Atlético de Madrid, que havia vencido (3-1) o Sounders Seattle, algumas horas antes. Os companheiros de Vitinha, portanto, não têm margem e serão forçados a vencer em sua terceira e última partida do grupo, contra o Seattle, na segunda-feira, 23 de junho (21h, horário de Paris), no gramado da equipe americana, que não tem pontos. Diante desse adversário em grande parte ao seu alcance, que perdeu para o Botafogo (1-2) em sua primeira partida na competição, Luis Enrique quis rodar seu elenco para as oitavas de final, que começarão cinco dias depois.

Um luxo que o treinador espanhol não deve ter se os parisienses quiserem garantir o sucesso. Certamente, o PSG, graças à sua grande vitória na primeira partida, sinônimo de um bom saldo de gols, tem seu destino em suas mãos. Se eles vencerem o Seattle, provavelmente se classificarão. Mas a derrota surpresa contra o Botafogo ressoa como um lembrete sério para uma equipe cujo objetivo é vencer o Mundial de Clubes.