Irã ataca base militar dos EUA no Catar; explosões são vistas em Doha

Ataque do Irã em Doha, no Catar — Foto: Reuters

Ataque do Irã à maior base americana no Oriente Médio ocorre após operação militar Martelo da Meia-Noite, conduzida pela força aérea norte-americana no último sábado (21). Washington e Doha foram avisados da operação com duas horas de antecedência, diz agência.

O Irã atacou uma base militar dos Estados Unidos no Catar nesta segunda-feira (23) em retaliação a bombardeios americanos contra instalações de seu programa nuclear.

A base de Al Udeid, alvo do ataque, fica no Catar e é a maior dos Estados Unidos na região, abrigando mais de 10 mil soldados. Segundo um oficial israelense, seis mísseis foram lançados no ataque contra a unidade.

Além do ataque à base aérea americana, diversas explosões em Doha, capital do Catar, foram ouvidas por testemunhas da agência de notícias Reuters.

Segundo o Catar, não houve vítimas entre seus cidadãos. Autoridades dos EUA também afirmam que nenhum de seus militares morreu na ação, segundo a Reuters.

Segundo a agência Reuters, Teerã informou Washington e Doha sobre o ataque com duas horas de antecedência via canais diplomáticos.

Uma agência de notícias iraniana informa que o ataque à base americana no Catar faz parte de uma operação militar chamada de “Anunciação da Vitória”. Em comunicado, as Forças Armadas do país afirmaram que “nenhum ataque ao território iraniano ficará sem resposta”.

À Reuters, um oficial iraniano afirmou que as retaliações aos ataques dos EUA continuarão. Por outro lado, a mesma fonte afirmou que o país está aberto para negociações.

Uma agência estatal iraniana afirmou que o Irã também havia lançado bombardeios contra o Iraque, mas a informação foi negada pelos EUA.

Veja o que se sabe até agora:

O espaço aéreo do Catar, dos Emirados Árabes Unidos, do Kuwait e do Bahrein se encontra fechado.

Um comunicado divulgado pelo emirado diz que não houve vítimas no ataque, e que o Catar se reserva ao direito de responder ao ataque do Irã diretamente, “em conformidade com as leis internacionais”.

Os Emirados Árabes Unidos declararam que permanecem monitorando os desdobramentos na região.

A Casa Branca declarou que estava ciente da possibilidade de um ataque e está acompanhando de perto potenciais ameaças à base aérea de Al Udeid.

Segundo veículos de notícias ligados ao regime iraniano, bases americanas no Iraque também foram alvo de mísseis. Essa informação é negada pelos Estados Unidos.

Bases americanas no Bahrein, Kuwait e Síria se encontram em alerta para possíveis ataques.

Infográfico mostra ataque do Irã à base dos EUA no Catar — Foto: Arte/g1

O Irã coordenou os ataques à base aérea americana no Catar com autoridades locais e deu aviso prévio de que a ação aconteceria para minimizar as baixas, segundo três autoridades iranianas familiarizadas com os planos disseram ao “New York Times”.

As autoridades também afirmaram que o Irã precisava, simbolicamente, revidar contra os EUA, mas ao mesmo tempo realizar o ataque de forma que permitisse a todas as partes uma saída.

Os iranianos descreveram isso como uma estratégia semelhante à de 2020, quando o Irã avisou o Iraque antes de lançar mísseis balísticos contra uma base americana no Iraque, após o assassinato de seu principal general.

Ataque ocorre dois dias após bombardeio americano

Ataque do Irã em Doha, no Catar — Foto: Reuters

O ataque do Irã é visto como uma retaliação à operação militar Martelo da Meia-Noite, conduzida na noite do último sábado (21), quando a Força Aérea dos EUA utilizou aeronaves e bombas de penetração maciça para atacar as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan.

Segundo o Pentágono, a operação “obliterou” o programa nuclear iraniano e não constitui uma declaração de guerra a Teerã. O Irã condenou a ação.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, parabenizou Trump, afirmando que o ataque “mudará a história”.

O Irã tem sido alvo de ataques de Israel desde o último dia 13. Segundo Tel Aviv, os bombardeios têm alvos militares e do programa nuclear iraniano, mas o governo iraniano afirma que há civis entre as vítimas.

Desde então, o Irã tem disparado mísseis diariamente contra alvos em Israel, incluindo em cidades como Tel Aviv, Haifa e Beersheba.

Por:  Redação g1