Do papel ao digital: como a inovação está redefinindo a experiência de operadoras, beneficiários e prestadores

César Camargo é Head de Operações da NexoRede, o primeiro ecossistema de credenciamento e negociação do mercado de saúde criado para atender operadoras e prestadores de serviço. Foto: Divulgação

Profissionais de saúde e tecnologia colaboram para transformar a gestão de operadoras, com foco em eficiência, integração e transparência.

Imagine um cenário onde a burocracia na saúde seja coisa do passado. Onde tecnologia agiliza processos, reduz erros e melhora o acesso a serviços de qualidade. Esse cenário já está em curso. A transformação digital na saúde suplementar é uma realidade – e está revolucionando a forma como operadoras, prestadores e beneficiários se relacionam.

Hoje, vivenciamos uma revolução silenciosa, porém profunda, no setor de saúde suplementar. Aplicativos que indicam a unidade de saúde mais próxima, atendimento automatizado em hospitais e integração de dados são apenas alguns exemplos de como a digitalização está impactando todo o ecossistema. Essa evolução é resultado de décadas de ajustes, regulamentações e inovação, sempre com foco na qualidade do atendimento e na transparência da gestão.

Uma história de disrupção na saúde

Segundo pesquisa da Deloitte (2023), 78% dos usuários de planos de saúde notaram melhora na agilidade dos serviços após a digitalização dos processos.

A transformação digital foi além do atendimento direto ao beneficiário. Operadoras e prestadores também passaram por mudanças internas significativas, como a automação de processos antes manuais: credenciamento, negociações, faturamento e reembolsos, por exemplo.

Entre as principais tendências tecnológicas emergentes no setor, destacam-se:

  • Blockchain: aumenta a segurança e rastreabilidade de contratos e transações, registrando termos e alterações de forma transparente e auditável.

  • Inteligência Artificial e Big Data: permitem análises preditivas, otimizam redes credenciadas e melhoram a experiência do usuário.

  • Plataformas de gestão integradas: reúnem funcionalidades em um único ambiente, centralizando a comunicação entre operadoras e prestadores e facilitando a administração dos processos.

Os desafios ainda enfrentados pelas operadoras

Apesar dos avanços, operadoras ainda enfrentam dificuldades significativas na gestão da rede credenciada. Entre os principais desafios estão:

  • Dificuldade em localizar e credenciar novos prestadores;

  • Lento processamento e atualização de dados e documentos nos ERPs;

  • Falta de integração entre sistemas internos, o que compromete a comunicação de alterações contratuais e negociações de reajustes.

Esses gargalos impactam diretamente a operação financeira das operadoras. Estudos apontam que até 53% das glosas estão ligadas a divergências entre valores cobrados e valores negociados, muitas vezes causadas por falhas operacionais e falta de integração entre sistemas.

A solução: plataformas de gestão integradas

A resposta para essas questões está na adoção de plataformas de gestão integradas, que centralizam as informações e otimizam todas as etapas da cadeia.

Por meio de um ambiente digital, é possível localizar e credenciar prestadores com agilidade, garantindo documentação correta e validação automática. Os dados ficam organizados e atualizados em tempo real, com total integração ao ERP da operadora.

Com a centralização de contratos e documentos, todas as áreas têm acesso imediato às informações necessárias. O resultado é uma gestão mais assertiva, segura e transparente, com controle total sobre os vínculos contratuais.

A aplicação de reajustes também ganha eficiência. O que antes era feito manualmente, agora pode ser simulado de forma automática, com análise de cenários e negociações em massa, reduzindo tempo e evitando divergências.

Outro ponto importante é a redução de glosas por documentos vencidos, como alvarás ou contratos expirados. Com alertas automáticos, prestadores se mantêm regularizados, evitando prejuízos para todos os envolvidos – inclusive o beneficiário, que pode ser prejudicado na ponta.

Digitalização já mostra resultados concretos

Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a digitalização dos processos internos resultou em redução de até 35% nos índices de glosas e erros contratuais, conforme apontado no relatório Transformação Digital no Setor de Saúde Suplementar (jan/2024).

Outro relatório da Deloitte, publicado em maio de 2023, também destacou o impacto da digitalização na saúde: melhora na agilidade dos serviços, redução de custos administrativos e maior eficiência na comunicação entre operadoras e prestadores.

O futuro já chegou

Estamos diante de um novo modelo de operação em saúde suplementar. Ferramentas digitais já estão oferecendo:

  • Redução do esforço operacional;

  • Rastreabilidade e transparência;

  • Gestão eficiente da rede credenciada;

  • Relatórios personalizados para atender exigências da ANS;

  • Negociações rápidas e seguras;

  • Eliminação da papelada;

  • Redução de falhas e glosas.

A tecnologia está derrubando barreiras e aproximando operadoras, prestadores e beneficiários, em um ecossistema mais ágil e centrado na qualidade do atendimento.

Essa revolução vai além de sistemas e automação. É sobre cuidar das pessoas de forma mais humana, inteligente e conectada. O futuro da saúde já começou – e está ao nosso alcance.

Texto: César Camargo

Assessoria de Imprensa Alessandra Siegel