Justiça de Nova York decide se arquiva ou não caso em que Trump foi condenado por suborno a atriz pornô

Neste esboço da audiência de 7 de maio de 2024, a ex-atriz pornô Stormy Daniels depõe contra Donald Trump no julgamento criminal do ex-presidente dos EUA em Nova York por falsificação de documentos contábeis. AP - Elizabeth Williams

Promotores de Nova York devem decidir a partir desta terça-feira (19) sobre como avançar caso criminal contra o presidente eleito Donald Trump, condenado em maio por falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 750 mil) feito por seu ex-advogado Michael Cohen a Stormy Daniels, estrela de filmes adultos, antes da eleição de 2016, para silenciar alegações de um encontro sexual que o bilionário nega.

O caso que envolve Trump e o pagamento de suborno à atriz pornô Stormy Daniels está novamente em pauta. Os promotores de Nova York devem decidir nesta terça-feira (19) sobre o andamento do processo criminal que condenou o magnata.

O caso estava programado para ter uma sentença no dia 26 de novembro, mas foi pausado pelo juiz Juan Merchan a pedido do promotor à frente da investigação, Alvin Bragg.

Bragg solicitou mais tempo para avaliar os próximos passos, destacando a necessidade de equilibrar os “interesses conflitantes” entre a continuidade do caso criminal e a proteção do cargo presidencial.

Trump segue com as indicações para o novo gabinete
No final da tarde desta segunda-feira (18), o presidente eleito Donald Trump indicou o responsável pelo departamento de transporte. Seu nome é Sean Duffy e ele é um ex-deputado pelo estado de Wisconsin.

Assim como Pete Hegseth, indicado para chefiar o Departamento de Defesa, Duffy tem passagem por um dos canais da Fox, o Fox Business, onde atua como apresentador.

Além disso, ele é casado com uma apresentadora do Fox Sinal, que Trump descreveu como “uma mulher maravilhosa, uma estrela da Fox News”, ao comentar a indicação.

A decisão mais esperada da semana com relação ao gabinete de Trump, no entanto, é sobre quem ocupará a Secretaria do Tesouro.

Comitê de ética deve apresentar relatório sobre nomeado como procurador-geral
O Comitê de Ética da Câmara enfrenta pressão crescente para divulgar um relatório detalhando sua investigação sobre alegações de má conduta sexual e uso de drogas ilícitas pelo ex-deputado da Flórida, Matt Gaetz, e deve se reunir na próxima quarta-feira (20), segundo a rede americana CBS News.

A pressão sobre o comitê aumentou desde que o presidente eleito Donald Trump anunciou na semana passada que escolheu Gaetz para o cargo de procurador-geral. Após o anúncio, Gaetz renunciou ao seu assento na Câmara, o que encerrou a jurisdição do Comitê de Ética, já que ele agora é ex-membro.

Além disso, duas mulheres teriam testemunhado ao Comitê de Ética da Câmara que foram pagas por “favores sexuais” pelo ex-deputado Matt Gaetz, segundo o advogado delas em entrevista à CNN, na noite desta segunda-feira.

Gaetz precisa obter a confirmação do Senado para servir como procurador-geral, o que só deve acontecer após a posse do presidente Trump em janeiro.

Trump deve acompanhar lançamento de foguete da companhia de Elon Musk
O presidente eleito Donald Trump pode comparecer pessoalmente ao lançamento de um foguete da SpaceX, no Texas, na terça-feira, fortalecendo seus laços com Elon Musk, fundador e CEO da empresa, segundo fontes consultadas pelo jornal The New York Times. Na segunda-feira, a Administração Federal de Aviação emitiu “restrições temporárias de voo para movimento VIP” sobre Brownsville, Texas, uma prática comum que antecede visitas de alto escalão.

Durante o mesmo período, as restrições de voo sobre a propriedade de Trump em Palm Beach, Flórida, serão suspensas temporariamente. A equipe de transição de Trump não havia conformado seus planos até o fechamento desta reportagem.

EUA autorizam Ucrânia a utilizar armas de longo alcance contra a Rússia
Os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a usar armas de longo alcance, como o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), para atacar o território russo, atendendo a um pedido antigo de Kiev. A permissão reflete uma escalada no apoio militar ocidental, projetada para enfraquecer as capacidades de Moscou e dificultar ataques russos contra a Ucrânia.

Embora ainda não esteja claro se haverá restrições ao uso desses mísseis, especula-se que sua utilização possa ser inicialmente limitada a regiões como Kursk, onde a Ucrânia já ocupa parte do território. Desde o início da guerra, líderes ucranianos têm pressionado aliados ocidentais a permitir ataques estratégicos dentro da Rússia, esperando reduzir a eficiência militar russa e criar um fator de dissuasão que possa ser usado em futuras negociações de cessar-fogo.

A invasão à Ucrânia pela Rússia completa, nesta terça-feira, 1.000 dias, marcando um dos maiores conflitos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com as Nações Unidas, mais de 6 milhões de ucranianos vivem como refugiados no exterior, e a população do país caiu em um quarto desde o início da invasão, ordenada por Vladimir Putin por terra, mar e ar.

As perdas militares foram catastróficas, com estimativas ocidentais apontando centenas de milhares de mortos ou feridos em ambos os lados, embora os números exatos sejam mantidos em segredo.

Por:
Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York