Setor de Transição de Cuidados Ganha Protagonismo Global e Se Prepara para Expansão em 2025.
O setor de transição de cuidados tem se destacado como uma solução estratégica e sustentável para os desafios enfrentados pelos sistemas de saúde ao redor do mundo. Impulsionado pelo envelhecimento populacional, o aumento das condições crônicas e a necessidade de otimização dos custos, o segmento caminha para um novo ciclo de consolidações e expansão em 2025, tanto no Brasil quanto no cenário internacional.
Crescimento e Oportunidades no Brasil
No Brasil, a crescente demanda por leitos agudos, aliada à necessidade de otimização de custos e à melhoria dos estágios clínicos, tem fortalecido a importância das Unidades de Transição de Cuidados (UTCs). Segundo dados da Abrahct (Associação Brasileira de Hospitais e Clínicas de Transição), o setor tem registrado um crescimento acelerado nos últimos anos, com a adesão crescente de operadoras de saúde e maior conscientização sobre os benefícios dessa modalidade de assistência.
Um fator decisivo para o futuro do setor é a proposta de regulamentação das UTCs, que visa estruturar e padronizar os serviços de transição de cuidados, alinhando-os às melhores práticas internacionais. A regulamentação, liderada pela Abrahct em parceria com os principais players do segmento, também busca apoiar a Política Nacional de Cuidados Paliativos e a Rede de Atenção às Urgências e Emergências do Sistema Único de Saúde (SUS).
Transformações no Setor e Perspectivas para 2025
As perspectivas para 2025 indicam que o setor passará por um período de acomodação das transformações recentes. Espera-se uma maior integração entre as operações das unidades de cuidados e a expansão da capacidade de atendimento, fortalecendo o papel das UTCs como parte essencial do ecossistema de saúde, tanto no setor público quanto no privado. A otimização da eficiência no atendimento e a busca por soluções inovadoras serão cruciais para o desenvolvimento sustentável do setor.
Impacto Global e Tendências Internacionais
No cenário global, o segmento de transição de cuidados também segue em expansão, especialmente em países com populações envelhecidas. Nos Estados Unidos, por exemplo, um relatório da National Association of Post-Acute Care Providers (2023) revelou que as unidades de transição reduziram as taxas de reinternação hospitalar em até 15%, gerando uma economia significativa nos gastos com saúde. Na Europa, países como Alemanha e Reino Unido implementaram modelos integrados de transição de cuidados como parte de suas estratégias de atenção primária e secundária, com foco em reabilitação funcional e cuidados paliativos. Na Ásia, Japão e Coreia do Sul também adotaram práticas semelhantes, reconhecendo o papel crucial das UTCs na melhoria da qualidade de vida e na redução da sobrecarga hospitalar.
Esses exemplos internacionais demonstram que a transição de cuidados não é apenas uma solução assistencial, mas um pilar estratégico para a sustentabilidade dos sistemas de saúde globais.
Oportunidades e Sustentabilidade para 2025
As perspectivas para o setor de transição de cuidados incluem o fortalecimento das práticas multidisciplinares e a integração entre diferentes níveis de cuidado. Espera-se que o segmento se consolide como uma ferramenta chave para a redução da sinistralidade, controle de custos nas operadoras de saúde e otimização dos índices de custo médico-hospitalar (VCMH), além de contribuir para a melhoria dos resultados clínicos e da experiência do paciente.
Outro fator importante será o aumento de investimentos em tecnologias assistivas e soluções digitais, como monitoramento remoto e personalização do cuidado. Essas tecnologias, amplamente utilizadas em países desenvolvidos, estão ganhando terreno no Brasil e devem ter um impacto ainda maior no ano de 2025, promovendo a autonomia dos pacientes e a eficiência do atendimento.
Conclusão
Com a regulamentação das UTCs, a expansão das unidades e o alinhamento com as melhores práticas globais, o setor de transição de cuidados se consolidará como uma solução estratégica essencial para a construção de um sistema de saúde mais equilibrado e acessível. As transformações previstas para 2025 abrirão novas oportunidades para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e otimizar os sistemas de saúde, tanto no Brasil quanto no mundo.
Peer Buergin é CEO da YUNA, instituição especializada em reabilitação, cuidados paliativos e continuados.
Assessoria de Imprensa Alessandra Siegel