Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi anunciam aumento da tarifa de ônibus de R$ 5,80 para R$ 6,10 em 5 de janeiro

O prefeitos de Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, que anunciaram o aumento da tarifa de ônibus a partir de 5 de janeiro de 2026. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais

Reajuste de 5,2% está acima da inflação dos últimos 12 meses medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que até o mês de novembro apurou que a inflação oficial do país foi de 4,5%.

Legenda: O prefeitos de Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, que anunciaram o aumento da tarifa de ônibus a partir de 5 de janeiro de 2026. — Foto: Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais

Cinco municípios da Grande SP que formam o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (CIOESTE) anunciaram nesta segunda-feira (29) o aumento da tarifa de ônibus de R$ 5,80 para R$ 6,10, a partir de 5 de janeiro de 2026.

O aumento vai acontecer em Osasco, Barueri, Carapicuíba, Jandira e Itapevi, após consenso entre os cinco prefeitos que formam o consórcio.

O reajuste de 5,2% está acima da inflação dos últimos 12 meses medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, que até o mês de novembro apurou que a inflação oficial do país foi de 4,5%.

Em comunicado publicado nesta segunda (29), os prefeitos afirmaram que “o reajuste foi definido com base em critérios técnicos e legais, considerando a recomposição dos custos operacionais do sistema, com o objetivo de manter a qualidade, a segurança e a regularidade dos serviços prestados à população”.

“O CIOESTE reafirma seu compromisso com a mobilidade urbana regional, a transparência e o diálogo permanente com os municípios consorciados e a sociedade”, disseram os cinco prefeitos.

Participaram da decisão sobre o aumento da tarifa os seguintes mandatários das cidades:

  • Osasco: Gerson Pessoa (Podemos);
  • Barueri: Beto Piteri (Republicanos);
  • Carapicuíba: José Roberto (PSD);
  • Jandira: Doutor Sato (PSD);
  • Itapevi: Marcos Godoy, o Teco (Podemos).

Além desses cinco municípios, a expectativa é que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anuncie o reajuste da tarifa de ônibus na capital paulista nas próximas horas.

Às 15h ele terá uma reunião fechada com o secretário municipal de Governo – Edson Aparecido, o secretário de Planejamento e Eficiência – Clodoaldo Pelizzoni, o secretário da Fazenda em exercício – Fabiano Martins, e o secretário Mobilidade Urbana e Transporte – Celso Caldeira – para definir o valor da tarifa na cidade, que atualmente está em R$ 5,00.

A reunião acontecerá no gabinete do próprio prefeito, no Viaduto do Chá, Centro de São Paulo.

Inflação oficial em 2025

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,18% em novembro, segundo dados divulgados em 10 de dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA acumula alta de 3,92%, enquanto a inflação dos últimos 12 meses ficou em 4,46% — abaixo dos 4,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2024, o índice havia avançado 0,39%.

▶️ O resultado da inflação de novembro ficou levemente abaixo das projeções do mercado, que estimavam alta de 0,20% no mês e de 4,5% no acumulado em 12 meses.
▶️ Com esse desempenho, a inflação voltou a se manter dentro do intervalo de tolerância do Banco Central, que trabalha com meta de 3% e admite variação até o teto de 4,5%.
▶️ O índice também marcou a menor variação para um mês de novembro desde 2018, quando houve queda de -0,21%.
Em novembro, cinco dos nove grupos pesquisados apresentaram aumento de preços. Despesas pessoais (0,77%) e Habitação (0,52%) registraram as maiores altas e responderam, cada um, por 0,08 ponto percentual do IPCA. Na sequência vieram Vestuário (0,49%), Transportes (0,22%) e Educação (0,01%).

Os demais grupos registraram queda no mês: Artigos de residência (-1,00%), Comunicação (-0,20%), Saúde e cuidados pessoais (-0,04%) e Alimentação e bebidas (-0,01%).

Veja o resultado dos grupos do IPCA em novembro:

  • Alimentação e bebidas: -0,01%
  • Habitação: 0,52%
  • Artigos de residência: -1%
  • Vestuário: 0,49%
  • Transportes: 0,22%
  • Saúde e cuidados pessoais: -0,04%
  • Despesas pessoais: 0,77%
  • Educação: 0,01%
  • Comunicação: -0,20%

Despesas pessoais puxam alta

No grupo Despesas pessoais (0,77%), os destaques ficaram com as Passagens aéreas, que subiram 11,9%, e Hospedagem, que subiu 4,09% e respondeu por 0,03 ponto percentual do índice do mês.

👉 O resultado foi especialmente influenciado pelo comportamento do item em Belém, onde a variação chegou a 178,93% em novembro, mês em que a cidade sediou a COP-30, a conferência do clima da ONU.
O grupo Habitação voltou a subir em novembro, com alta de 0,52%, após a queda de 0,30% registrada em outubro. O movimento foi puxado pela energia elétrica residencial (veja mais abaixo), que avançou 1,27% e adicionou 0,05 ponto percentual ao IPCA.

Ainda no grupo Habitação, o índice refletiu dois movimentos importantes: o reajuste das tarifas de água e esgoto e a redução no gás encanado.

Fortaleza registrou aumento de 9,75% nas tarifas de água e esgoto, o que levou o subitem a avançar 0,29% (variação local de 7,8%) a partir de 5 de novembro.
No Rio de Janeiro, as tarifas de gás encanado caíram 0,04%, o que resultou em queda de 0,01% no subitem a partir de 1º de novembro.

Energia segue pressionando a inflação
A energia elétrica voltou a ter forte impacto no IPCA , ao registrar alta de 1,27% em novembro.

⚡ No acumulado do ano, a energia elétrica residencial segue como o item de maior peso, com avanço de 15,08% e impacto de 0,58 ponto percentual no índice.
🔌 No recorte de 12 meses, mantém a liderança entre os itens que mais pressionam a inflação, acumulando aumento de 11,41% e contribuição de 0,46 ponto percentual.
Segundo José Fernando Pereira Gonçalves, gerente de Projetos Especiais do IBGE, o resultado foi pressionado pela vigência da bandeira vermelha, que encareceu a conta de luz ao adicionar cobrança extra sobre o consumo.

A partir de dezembro, a tarifa passa para a bandeira amarela, o que deve aliviar parcialmente o custo da energia.

“Ao longo de 2025, o comportamento das bandeiras tarifárias também ajuda a explicar o peso desse item: foram quatro meses de bandeira verde, maio em bandeira amarela e, de junho a novembro, bandeira vermelha.”
Em novembro, mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 1 em vigor — que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos —, o item foi afetado por reajustes aplicados em diferentes capitais, como:

  • Goiânia: +19,56% (impacto de 13,02%), válido desde 22/10;
  • Brasília: +11,21% (7,39%), válido desde 22/10;
  • São Paulo: +16,05% em uma das concessionárias (0,70%), desde 23/10;
  • Porto Alegre: +21,95% em uma das concessionárias (2,39%), desde 22/11.

Quedas em transportes, artigos de residência e higiene marcam o mês

Já os transportes coletivos contribuíram para a desaceleração do resultado do mês, especialmente por causa das gratuidades concedidas em dias de feriado e de provas do Enem:

🚌 Ônibus urbano: queda de 0,76%, com reduções expressivas em Belém (-15,54%), Curitiba (-3,93%) e Brasília (-0,91%).
🚆 Metrô e trem em São Paulo: recuo de 6,73% em ambos os modais, refletindo a gratuidade aplicada durante os dias de prova.
🔄 Na integração do transporte público, a redução foi de 4,51%.
O grupo Artigos de residência teve a maior queda entre todos (-1%). As reduções mais relevantes ocorreram em eletrodomésticos e equipamentos (-2,44%) e em itens de TV, som e informática (-2,28%).

O grupo Saúde e cuidados pessoais registrou leve baixa (-0,04%), influenciada pela queda de 1,07% nos artigos de higiene pessoal, revertendo a alta de 0,57% vista em outubro.

Em Alimentação e bebidas, o índice voltou para terreno negativo (-0,01%). A alimentação no domicílio caiu pelo sexto mês seguido (-0,20%), com destaque para:

🍅 Tomate (-10,38%)
🥛 Leite longa vida (-4,98%)
🍚 Arroz (-2,86%)
No sentido oposto, óleo de soja (2,95%) e carnes (1,05%) registraram altas.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, mas em ritmo mais moderado: o lanche desacelerou de 0,75% para 0,61%, enquanto a refeição passou de 0,38% para 0,35%.

Entre os índices regionais, Goiânia apresentou a maior variação (0,44%), influenciada pela forte alta da energia elétrica residencial (13,02%) e pelas carnes (1,78%).

A menor variação foi registrada em Aracaju (-0,10%), pressionada pela queda no conserto de automóvel (-3,75%) e na gasolina (-1,40%).

Inflação — Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Por: Hermínio Bernardo, Rodrigo Rodrigues, TV Globo e g1 SP — São Paulo