O artista brasileiro Vicente Saldanha durante a abertura de sua exposição em Zhujiajiao, na China, onde apresenta pinturas e instalações inspiradas na paisagem histórica da antiga cidade aquática.
O artista brasileiro Vicente Saldanha inaugurou sua mais recente exposição individual na cidade histórica de Zhujiajiao, nos arredores de Xangai, China. A mostra, intitulada “Eyes Wide Open Awake Becoming Water I Drift Away” [De olhos abertos desperto, me faço água, escorro], reúne um conjunto multimídia que reflete a experiência sensorial do artista durante sua imersão na cultura chinesa.
A exposição, no espaço Acentric Space, reúne pinturas em grandes formatos, obras em áudio e instalações que dialogam com a arquitetura e a paisagem da antiga cidade aquática. Parte dela pode ser vista online AQUI.
Formado em arquitetura, Saldanha traz para sua pintura uma percepção espacial refinada. Seu trabalho dialoga com o cinema experimental e com a noção de movimento como prática artística. O artista chegou a Zhujiajiao em agosto de 2024, e conta que seu processo criativo foi marcado por longas caminhadas pelos canais, vielas estreitas e edificações das dinastias Yuan, Ming e Qing.
Saldanha apresenta sete pinturas, todas sem título, feitas em acrílico, óleo e bastão oleoso sobre linho e tela.
A curadora Priscyla Gomes destaca que as obras de Saldanha não apenas representam a cidade, mas a incorporam. Os tons de verde densos nas pinturas evocam os salgueiros-chorões que cortam os canais de Zhujiajiao, enquanto as manchas negras sugerem a verticalidade das construções e da vegetação urbana.
Além das pinturas, a exposição inclui a obra de áudio “Ancient Resonances – The Song That Multiplies, Cuts, and Also Drifts Away” (Ressonâncias Antigas – A Canção Que Se Multiplica, Corta e Também Escorre) é tocada nos megafones e ladrilhos de poliuretano, criando uma experiência sonora imersiva.
Para o público brasileiro, a exposição representa uma janela para os laços de diálogo entre as culturas dos dois países.