Suspeita-se que a contaminação de uma bolsa intravenosa tenha matado 13 crianças no México

Manifestantes colocam uma faixa com os dizeres 'Saúde é um direito, não um favor' em frente ao Departamento de Saúde na Cidade do México [Arquivo: Mario Guzman/EPA-EFE]

Bolsas de alimentação intravenosa contaminadas podem ter causado a morte de 13 crianças no centro do México, no mais recente golpe ao debilitado sistema de saúde do país, de acordo com autoridades de saúde.

O Departamento de Saúde disse na quinta-feira que as crianças, todas com menos de 14 anos, aparentemente morreram de uma infecção sanguínea depois que a bactéria Klebsiella oxytoca resistente a medicamentos foi detectada em novembro em três instalações públicas e uma clínica privada no estado do México.

O departamento ordenou que os médicos parassem de usar soluções intravenosas feitas pela Productos Hospitalarios sem especificar se a empresa médica era a distribuidora das bolsas de IV que podem ter sido contaminadas. No momento da reportagem, não houve nenhum comentário da empresa.

As autoridades ainda não descobriram a causa exata das mortes, mas investigaram a presença da bactéria em 20 crianças, detectando 15 infecções confirmadas e quatro casos prováveis. Sete das crianças permanecem no hospital.

Questionada sobre o conjunto de casos, a Presidente Claudia Sheinbaum  disse na quinta-feira que foi informada da situação e que ela estava “sob controle”.

‘Crítico’

O episódio marcou um novo ponto baixo para o instável e subfinanciado sistema de saúde do país.

Na semana passada, o diretor do principal Instituto Nacional de Cardiologia do país disse que o hospital não tinha dinheiro para comprar suprimentos essenciais, chamando a situação de “crítica”.

O diretor do hospital, Dr. Jorge Gaspar, escreveu uma carta interna dizendo que os cortes no orçamento “afetaram a aquisição de suprimentos necessários ao funcionamento da instituição”.

O México vem sendo atormentado por escândalos de suprimentos médicos contaminados há anos.

No ano passado, as autoridades prenderam um anestesista que culparam por um surto de meningite que matou 35 pacientes e deixou 79 doentes.

Em 2020, 14 pessoas morreram depois que um hospital administrado pela empresa petrolífera estatal do México deu a pacientes de diálise um medicamento contaminado com bactérias.

O ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, que deixou o cargo em setembro, reformulou o sistema de compras médicas do país, prometendo fornecer aos mexicanos uma assistência médica “melhor do que a da Dinamarca”.

No entanto, o novo sistema de armazéns administrados pelo governo fracassou, atormentado pela escassez crônica de suprimentos e medicamentos.

Fonte : Al Jazeera e agências de notícias